Foco na Mídia

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Levy Fidélix deveria sair da Record algemado.

Levy Fidélix responde Luciana Genro com declarações homofóbicas


Durante o debate da Rede Record de ontem (28/09), transmitido em rede nacional de televisão, Levy Fidélix, candidato a Presidência da República, fez declarações que incitam o ódio e a violência contra coletivos homossexuais.


Com gestos hitlerianos, ele literalmente comparou pedófilos a homossexuais e convocou a sociedade brasileira a “enfrentar essa minoria”, o que já é motivo suficiente para colocá-lo na cadeia.

Os defensores da homofobia podem argumentar que o candidato propôs o enfrentamento metafórico, simbólico, no âmbito da política. Porém, o contexto das declarações deixa claro que o enfrentamento sugerido faz referência à limitação de direitos civis de uma parcela da sociedade.

Direitos que na teoria são iguais aos do próprio Levy.

Assim sendo, não existe liberdade garantida na Constituição que permita esse tipo de incitação.

Essa sugestão é crime e chegou a lares do Brasil inteiro. Discriminação em rede nacional de televisão. Algo muito sério, pois incentiva práticas criminosas em um país onde  um homossexual foi assassinado a cada 28 horas em 2013

Levy disse não se preocupar em perder votos por se posicionar contra os gays.

Entretanto, o descaso é tanto que o candidato deve perder inclusive sua liberdade, pois vidas humanas possivelmente correm perigo em ações motivadas pelas abomináveis declarações do presidenciável.

Uma pessoa tão preconceituosa quanto Levy Fidélix pode querer matar alguém depois de escutar as declarações.

É isso o que o candidato pretende ao propor o enfrentamento a coletivos homossexuais? Talvez sim ou talvez não. De qualquer forma, assassinatos podem acontecer quando o ódio é incentivado em meios de comunicação de massa.

E essa possibilidade explica a gravidade das declarações do candidato.

Uma vida humana vale mais que a liberdade de outro. As declarações incentivaram o ódio e devem ter consequências drásticas.

Semana passada o Ministério Público optou por denunciar Rachel Sheherazade por conta dos comentários sobre o caso do menino amarrado no poste.

Se o MP entendeu que aliberdade de expressão não ampara a apresentadora nesse caso, as declarações de Levy devem render medidas similares ou mais sérias ainda.

Rachel não convocou a sociedade a atacar bandidos. Ela argumentou a favor de “justiceiros” e deu a entender que a sociedade tem o direito de revidar violentamente. Dessa forma incitou a sociedade a agredir pessoas para “se proteger”; ou seja, incentivou a prática de crimes, pois, apesar de tudo, só a Justiça tem o legítimo direito de condenar alguém.

Levy, por outro lado, incentivou a sociedade a “enfrentar” (!) um coletivo social. Esse comentário pode ser interpretado de diversas formas, sendo que nenhuma delas é positiva para alguém.

Ele praticamente declarou guerra aos homossexuais. Como um candidato a presidência pode chegar a esse ponto?

E mais: por que a sociedade paga um candidato que incentiva o enfrentamento a um coletivo de seu país?

Segundo reportagem da CartaCapital, desde 1996, o PRTB de Levy Fidélix recebeu mais de 6 milhões de reais de dinheiro público pagos pelo fundo partidário.

É dinheiro do contribuinte que vai para as mãos de Levy Fidélix a cada eleição.

O pior é que esse pensamento é algo muito presente na mentalidade conservadora do Brasil.

Muitos defensores da “família” – entendida no sentido limitado - são egoístas o suficiente para querer limitar os direitos de outros cidadãos por puro preconceito, pois a Bíblia não é justificativa para ódios humanos.

O primeiro em apoiar as declarações homofóbicas foi, como não, Silas Malafaia. “Estão reclamando? Verdade absoluta”, declarou em uma rede social, fazendo referência aos comentários de Levy Fidélix.

E, curiosamente, as declarações de Levy Fidélix foram feitas na Rede Record, cujo dono é Edir Macedo, fundador da Igreja Universal e reconhecidamente homofóbico.

Isso demonstra que esse preconceito é algo incrustado na mentalidade algumas pessoas. A sociedade brasileira está cheia de cidadãos que se sentiram representadas por Levy na noite de ontem.

E por isso mesmo a homofobia deve ser crime. Somente uma legislação dura pode reverter os estragos causados pela incitação ao ódio.

O lado positivo do ocorrido? O repúdio da sociedade.

Quem defende os valores democráticos e direitos iguais deve continuar fazendo escândalo sobre o caso.

A repercussão deve ser grande o suficiente para acabar com esse discurso que incentiva práticas criminosas.

Somente protestos e processos podem limitar esse pensamento horrendo que realmente acaba com direitos e vidas na sociedade brasileira.

Não é possível ser complacente ou compreensivo. As palavras de Levy Fidélix no debate de ontem não o foram e merecem o mesmo tratamento.

E quando ditas em rede nacional de televisão o crime ganha um sério agravante.

Somente punições severas podem produzir avanços na sociedade nesse campo.

Mas, enquanto nossos políticos não promoverem mudanças por temer a influência política de pessoas preconceituosas, a sociedade estará condenada a suportar o preconceito de gente que teoricamente defende o Cristo, mas é incapaz de amar o próximo.

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