Foco na Mídia

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domingo, 26 de outubro de 2014

Democratização da Mídia, passo importante para o Governo Dilma

Foto: Rafael Stedile

A esquerda quase viveu a maior derrota do século XXI nas eleições desse ano.

O conservadorismo do Congresso recém-eleito cria um cenário que evita o avanço de políticas progressistas, mas a vontade de mudança da população é real e deve ser traduzida em mais Democracia e mais progresso para não cair na mesmisse dos últimos quatro anos.

O discurso da vitória de Dilma Rousseff deixou claro que a Reforma Política é necessária. Porem, outras medidas também são essenciais para uma melhora da Democracia e do conhecimento político da sociedade.

É então que aparecem os gritos de “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo” no público que escutava o discurso da vitória da presidenta reeleita.

A sociedade demanda avanço, mas o conservadorismo dos meios de comunicação chega diariamente às mentes dos cidadãos e funciona como uma gaiola, pois os conglomerados de imprensa tem uma postura natural de formar a opinião da sociedade através de similares valores, interesses e ideologias.

Com isso, temos uma população que exige avanço sendo informada em grande medida por jornalistas conservadores que evitam esse progresso à toda custa.

A esquerda sempre teve o costume de “assustar” os donos da mídia com medidas ousadas.

Esse panorama explica o desespero dos grandes jornais nessa reta final de eleição. A situação não irá mudar naturalmente.

É por isso que o avanço terá que ser “Imposto” pela própria sociedade. E um dos caminhos que conduz ao avanço é a regularização do setor da mídia, poder fundamental de qualquer Democracia do planeta.

O oligopólio midiático promove um discurso ditatorial e muitos políticos ainda são donos de meios de comunicação.

Essa característica da mídia brasileira troca o avanço democrático do país por interesses privados dirigidos à busca por lucro e influência.

A Constituição Federal proíbe a prática de oligopólio em seu artigo 220, parágrafo 5, mas a influência dos donos dos conglomerados é tão grande que conseguem contradizer a própria Carta Magna da República Federativa do Brasil sem sofrer nenhum tipo de represália.

Por outro lado, diversos políticos são favorecidos e eleitos constantemente graças às coberturas informativas de seus próprios jornais, revistas, rádios e televisões em um círculo vicioso que engana o povo com o quarto poder, justamente aquele que deveria esclarecer e evitar o abuso em um Estado de Direito.

Assim sendo, a Regularização Econômica da Mídia, medida defendida por Dilma durante a campanha, e a proibição do controle de meios de comunicação por parte de pessoas que exercem cargos políticos são medidas extremamente necessárias para o avanço democrático, político e social do país.

Uma lei que limite o tamanho dos conglomerados de imprensa dará espaço a outras vozes e outras ideologias que hoje ficam em segundo plano simplesmente por não ter condições econômicas e políticas de competir com gigantescos conglomerados.

Com isso, o sistema favorece quem tem poder, enquanto exclui quem se opõe de alguma forma. Esse panorama de desigualdade influi muito na percepção que as pessoas têm da realidade.

A Internet obviamente quebrou a hegemonia da Grande Imprensa em certa medida, mas a campanha eleitoral ferrenha e partidarista dos grandes meios de comunicação do país é prova de que o Brasil precisa democratizar sua mídia para melhorar a representatividade da população.

Caso contrário continuará pagando o preço de ter grande parte da opinião pública controlada por cinco famílias.

E esse preço é alto, como o PT sentiu na pele nos últimos anos - e especialmente nos últimos dias, com Veja, Globo e Estadão atuando no "tudo ou nada".

O PT ganhou e promete cumprir com as expectativas de mudança da população. No entanto, uma sociedade informada pelo discurso único nem sabe direito o que pretende, pois confunde seus próprios interesses com os que a imprensa aponta.

Um equilíbrio de ideologia e de representatividade nos meios de comunicação solucionaria essa situação problemática.

Mas somente uma medida ousada pode realmente quebrar esse panorama consolidado durante a história do Brasil.

O país exige avanço e o mesmo deve ser encontrado através de mais Democracia e da busca por mais representatividade.

Mas para isso é extremamente necessário encarar temas “cabeludos” na área da comunicação, pois o panorama atual protege a si mesmo e provém diretamente da Ditadura, período que criou grande parte dos problemas sociais, políticos e econômicos do Brasil.

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